segunda-feira, 26 de abril de 2010

Viabilidade do BRT ainda em discussão em Cuiabá

03/04/2010 - Revista do Ônibus

CUIABÁ - O aperto que perdura nos ônibus da cidade pode até sugerir o contrário, mas cada vez menos pessoas utilizam o transporte público em Cuiabá. Segundo a prefeitura, a cada ano, os coletivos da Capital perdem 5% de seus usuários para carros e motocicletas. Infelizmente, as atuais facilidades para compra em massa de veículos ainda não foram capazes de livrar os ônibus da pecha de “latas de sardinha”, mas têm sido suficientes para deixar as ruas insuportavelmente saturadas.

Neste retrocesso, o “busão” acaba relegado quase que totalmente ao uso por parte dos que não têm mesmo condições de bancar um veículo. Situação impensável para uma cidade que precisa democratizar o direito de ir e vir e proporcionar verdadeira qualidade na mobilidade urbana antes da Copa de 2014, o que só é possível priorizando o transporte coletivo. E o caminho para isso se espelha no exemplo mundialmente conhecido de Curitiba: o sistema de BRT (Bus Rapid Transit, baseado em canaletas exclusivas para ônibus rápidos), lançado pelos paranaenses em 1974. Se tudo der certo, é ele que deve levar os cuiabanos, de todas as classes sociais, de volta aos ônibus; desta vez, sem apertos.

Para a capital mato-grossense, o modelo desbancou o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e emplacou entre o meio político, sendo anunciado como principal intervenção para a mobilidade urbana, tal como em outras sub-sedes da Copa 2014. Funciona em pelo menos cem cidades no mundo – grande exemplo é Bogotá (Colômbia). O sistema segrega nos principais corredores urbanos pistas centrais exclusivas para ônibus articulados de grande capacidade (alguns de até 270 passageiros), possibilitando viagens rápidas e confortáveis e deixando as pistas laterais para o tráfego dos demais veículos. Mas a realidade de Cuiabá, que cresceu desordenada, é marcada por ruas estreitas e tortuosas. Daí a desconfiança: o BRT seria viável aqui?

e acordo com a concepção que se tem do BRT na Grande Cuiabá até o momento (ver matéria), o sistema percorreria dois eixos: da avenida do CPA até o aeroporto Marechal Rondon, passando pela avenida da FEB (Várzea Grande), e do Centro à região do Coxipó, passando pela avenida Fernando Corrêa.

VIABILIDADE - A área urbana seria, portanto, cortada por corredores numa forma de “Y” que pode, sim, superar o apertado centro da cidade sem grandes problemas. “É viável, desde que se associe à integração, porque esse ônibus não entra em qualquer lugar”, avalia o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Tarciso Bassan, referindo-se à possibilidade de o cidadão utilizar ambos BRT e a rede de ônibus já presente na Capital em seus trajetos, uma vez que o primeiro se restringirá aos grandes corredores.

Outras preocupações de Bassan são a qualidade da pavimentação das canaletas exclusivas, que teria de ser de concreto, a acessibilidade e o conforto – principalmente para neutralizar o calor nos pontos.

Com informações do Diário de Cuiabá







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