quarta-feira, 11 de agosto de 2010

VLT

VLT é solução para mobilidade urbana em Cuiabá

05/07/2010  - Mato Grosso do Norte

Por José Riva*

A Copa do Mundo é um grande evento que nos faz parar por alguns instantes, ficar na frente de uma televisão e torcer para nosso time. Nesses momentos, eu começo a refletir como será em 2014, quando a Copa ocorrerá no Brasil e, com um frio na barriga, lembro-me que Cuiabá será também uma subsede.

Mas é uma sensação prazerosa, pois não é qualquer cidade que foi escolhida pela Fifa para representar as maravilhas de nosso país. Todavia, essa responsabilidade vem acompanhada de uma série de requisitos que teremos que cumprir para efetivar esse anúncio, como a construção do estádio, dos centros de treinamentos, reforma do aeroporto e, principalmente, infraestrutura em trânsito e transporte de qualidade e ambientalmente correto.

Pensando nisso, volto a defender em público a possibilidade, ao menos de se fazer um estudo de viabilidade para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), pois é a opção mais viável e rápida para melhorarmos nossa logística de tráfego.

A falta de investimentos na malha viária foi apontada como o principal entrave do trânsito na Capital, que possui uma demanda de 30 mil passageiros no horário de pico e já tem congestionamentos semelhantes aos grandes centros brasileiros.

O centro de Cuiabá é um capítulo a parte, com ruas estreitas, fica completamente intransitável. Em Várzea Grande, o maior ponto de estrangulamento do trânsito fica por conta da Avenida da FEB, ponto de maior fluxo entre os dois municípios. O sistema atual de transporte usado em nosso Estado é precário e inviável. O sistema de transporte urbano está cada vez pior e defasado, não atendendo bem os usuários de hoje, imagine então daqui a cinco anos.

Um exemplo a não ser seguido é o estado de São Paulo, que hoje paga, em poluição, um preço alto por ter adotado um modelo de mobilidade baseado em grandes avenidas lotadas de carros, caminhões, ônibus e motocicletas. É um caminho sem volta, e quem pagará para reverter isso é o próprio usuário, seja dos transportes coletivos como os donos de veículos.

Com os trilhos cortando as principais avenidas, fazendo as ligações necessárias para atender nossa população e aos turistas que estão chegando para acompanhar os jogos em Cuiabá, vamos galgar um degrau importante para nossa modernização e solução do trânsito de veículos e pedestres. Sem contar que é ambientalmente correto, sem o aumento de poluentes causados pela queima de combustível.

Concordo que não é um sistema barato para implantação, porém não é inviável. E nem é preciso que o Estado ou Município arque com os elevados custos, até porque não teriam condições, mas podemos promover com a iniciativa privada as formas de construção e concessão. Já pensando nisso, apresentei à AL um projeto de lei que dispõe sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs). Essa iniciativa vai ser fundamental à efetivação de contratos para a colaboração entre o Estado e o particular, por meio dos quais o ente privado participa da implantação e do desenvolvimento de obras, serviços ou empreendimentos públicos, bem como da exploração e da gestão das atividades decorrentes.

Vamos ser realistas, para um investimento desse porte, a solução é a parceria. E sabemos que isso não é novidade nos estados brasileiros e o maior exemplo é o próprio transporte coletivo. Se não fosse o investimento privado, o município não teria condições de adquirir uma frota de ônibus para atender a população.

Temos demanda para a implantação independentemente da Copa, todavia esse é um fator determinante para atrairmos investimentos. A própria população tem apoiado a iniciativa de que o Governo, ao menos, banque um estudo de viabilidade do VLT em Cuiabá para depois começarmos a discutir os meios de implantação.

Os próximos quatro anos fará Mato Grosso, especificamente Cuiabá, crescer outros vinte, em mobilidade, estrutura, modernização, turismo, entre outras benfeitorias, mas deixo claro também que temos que resolver nossos problemas na raiz, na causa original, e não arranjar medidas paliativas para resolver problemas imediatos. Vou continuar lutando pelo estudo de viabilidade do VLT e, só assim, poderemos realmente saber o que é melhor para Cuiabá.

*JOSÉ RIVA é deputado estadual pelo PP e presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso







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